“É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira”
“É o fim da canseira” para o cantor e compositor João Gilberto, que morreu hoje, aos 88 anos, no Rio de Janeiro.
Considerado um dos pais da bossa nova, o baiano de Juazeiro, lançou discos clássicos como Chega de Saudade (1958), O Amor, o Sorriso e a Flor (1962) e Getz/Gilberto (1964), que revolucionaram a maneira de tocar violão e influenciaram gerações de artistas.
Chega de saudades é considerado por muitos o marco inicial da bossa nova. Com este disco, a crítica considera que João Gilberto abriu caminho para um novo estilo de tocar violão, com uma batida e uma harmonia diferentes. E, com seu canto doce, voz baixa – quase um sussurro, influenciou uma geração de novos compositores.
João influenciou sua geração, mas dividiu por muitas vezes o palco e avida foi com Vinícius de Morais, Tom Jobim e o grupo vocal Os Cariocas.
O escritor Rui Castro disse que a perda para a música brasileira, com a morte de João Gilberto é muito grande por tudo que ele representa, principalmente no samba e no samba canção.
Em programa do Serginho Groisman, Caetano Veloso afirmou que João Gilberto marcou a todos de sua geração.
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