“Queremos oferecer um produto saudável e de maior qualidade aos nossos consumidores”
Adair Anacleto
Evany Lira
Montanha/ES – Não. Não estamos no Jardim do Édem, estamos em Montanha – Norte do Espírito Santo, região de clima com altas temperaturas, chegando a 35 graus. Mas, a árvore da vida e do conhecimento, do amor, da imortalidade, da fecundidade, da juventude, da sedução, da liberdade, da magia, da paz, do conhecimento e do desejo está com excelente produção por aqui também.
Estamos no sítio de propriedade da família Anacleto, que há aproximadamente quatro anos decidiu investir na fruta. Adair Anacleto nos conta que iniciaram a experiência com o cultivo convencional de três variedades: Eva, Julieta e Princesa que já estão em plena produção, mas que para o ano de 2020 entram em produção também a Rainha – uma maçã roxa, quase negra, a Fuji Suprema e a Monalisa. E que serão introduzidas na propriedade também outras cinco ou seis variedades.
Adair Anacleto diz que o fato de estar introduzindo novas variedades à cultura já existente, é que eles ainda estão em fase de pesquisa na busca da espécie com maior adaptação ao clima do Norte do Estado, resistência e produtividade.
Adair registra que dentre as espécies já em produção no sítio, a que vem atingindo maior resistência e produtividade é a Julieta, mas que por outro lado ela é pouco resistente à prateleira. “É saborosa, mas tem que ser consumida logo. Não tem resistência a um tempo maior pós colheita”, disse.
Segundo Adair, a produção já atingiu um nível satisfatório. São 20 toneladas por hectare e duas colheitas por ano. Porém, apesar da produtividade satisfatória, Adair Anacleto registra que a cultura de maçãs ainda não é autossustentável, em razão da pesquisa que vem desenvolvendo tanto no sentido de adaptação ao clima quanto ao controle biológico de doenças e pragas.
Produção agroecológica
Com assistência técnica particular, a família Anacleto está trabalhando com a fruticultura orgânica. “Estamos melhorando o composto orgânico do solo trabalhando com composto orgânico desde 2018. E, o Fósforo presente no solo que era 40 está 180 disponíveis no solo. O alumínio zerado. A fruticultura aqui é diferente”, diz orgulhoso Adair.
A produção do sítio dos Anacleto é comercializada no próprio município, em Nova Venécia e Noroeste de Minas Gerais.
Além de produzirem maçã, os Anacleto, adeptos da diversificação, produzem também pera, goiaba, mamão, banana, coco, pimenta e café.
Fazendo história
O trabalho dos Anacleto com a fruticultura vem fazendo história. São inúmeras as visitas de pequenos produtores da região, do Estado e de outras Unidades da Federação ao sítio da família para conhecer a história, o trabalho e a troca de experiência.
Em nossa visita, estivemos em companhia de produtores e produtoras de Teófilo Otoni – MG, Águia Branca, Barra de São Francisco e São Gabriel no Espírito Santo.
Acompanhando os visitantes, o pequeno produtor Odair Selim disse se identificar com o grupo, uma vez que também é camponês e valoriza a troca de experiências.
Se para o celtas, a maçã é um símbolo da fertilidade, da magia, da ciência, da revelação e do além, da imortalidade e da espiritualidade, e a macieira representa a árvore do outro mundo e simboliza a sorte e o conhecimento; para os Anacleto a macieira é símbolo de muito trabalho, dedicação, estudo e pesquisa; e a maçã, fruto da ousadia, da confiança, do desafio diário e da certeza de que “em se plantando, tudo dá” como registrou Pero Vaz de Caminha, em 1500, na Carta escrita ao rei Dom Manuel.
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