Da Redação
A Coordenadoria Municipal da Mulher, em Montanha – Noroeste do Estado, realizou ontem (10) a cerimônia de abertura dos trabalhos relativos às comemorações do “Outubro Rosa”.
O evento reuniu dois temas importantes: o combate ao câncer de mama, e à violência doméstica e familiar. A juíza Hermínia Maria da Silveira Azoury, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, falou da extrema dificuldade a ser enfrentada na luta contra a violência doméstica e familiar contra a mulher, por esta ser uma cultura da sociedade brasileira, e afirmou: “Cultura é muito difícil mudar, mas é preciso mudar. Por isso é preciso lutar pela mudança”, disse.
Sobre esta luta, a prefeita Iracy Baltar afirmou que “é um exercício incansável que não pode cessar”, uma vez que a cada 90 minutos uma mulher é assassinada. Sobre o câncer de mama, Iracy Baltar afirmou ser uma doença a ser tratada com todos os cuidados que o problema requer. É que descoberta a tento e cuidada, reduz-se em muito as ocorrências de morte. Quanto à violência contra a mulher, a prefeita a classificou a como uma doença da alma.
A juíza Hermínia Azoury falou também da criação do “Violentômetro” como uma alternativa educacional não só para as mulheres, mas para todos os membros da família, que passarão a saber identificar situações de violência e, talvez, preveni-las e evitá-las.
O violentômetro traz uma listagem de 27 situações de violência, que podem culminar com a morte, e as subdivide em três categorias com as orientações de o que fazer em cada uma delas.
A Professora Dr.ª Cláudia Murta, pesquisadora do tema “Violência contra a Mulher”, trouxe uma reflexão com o esclarecimento de que às vezes a mulher é submetida a tipos de violência que, de tão sutil, ela nem reconhece, apesar de estar tipificada na Lei Maria da Penha.
Como psicóloga, Cláudia Murta falou também das marcas que esta violência deixa na mulher violentada, a ponto de anulá-la como pessoa e provocar nela vários transtornos tanto na saúde física, quanto psíquica e mental.
Cláudia Murta destacou a importância da intervenção do Estado na proteção à mulher violentada, não apenas quando for vítima de violência física, mas também com a proteção através da Saúde, onde “a mulher violentada pode ser assistida sem sofrer represálias”.
Outra forma de combate à violência doméstica e familiar que o Estado tem o dever de prestar, conforme Cláudia Murta é através da Educação, porque com a educação o Estado cuida, você não julga.
Para Cláudia Murta, com o combate à violência através da educação, o violentador se reconhece como tal, e pode mudar. A violentada também se reconhece como vítima e pode buscar apoios evitando chegar a tantos casos que acabam em morte.
A deputada Janete de Sá, Procuradora Especial da Mulher na Assembleia Legislativa, falou sobre a importância do tema ser debatido sociedade, e apresentou números da violência no Estado: “foram 62 mulheres mortas só em 2019, e seguramente, disse Janete Sá, 26 por feminicídio.
Saúde da Mulher
A prevenção e o combate ao câncer de mama foi tema da palestra da médica Bruna Capila, que discorreu sobre a importância do autocuidado, da atenção a ser dada aos sintomas, do tratamento e da cura.
Bruna Capila emocionou a plateia ao falar de sua experiência pessoal com a doença. Ginecologista e obstetra, Bruna Capila afirmou: “Quem luta por uma causa, não pode ser poupado por ela”. Encorajou às mulheres a enfrentarem a doença com determinação e coragem, com garra, apesar das cicratizes que a doença deixa na alma. E convocou às mulheres acometidas ou que vierem a ser acometidas pela doença, a não se entregar, e afirmou: “Não me entreguei. Durante todo o tratamento eu trabalhei”.
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