Evany Lira
Montanha/ES – O deputado estadual Deputado Lorenzo Pazolini, palestrou, ontem (3), em Montanha sobre “Prevenção ao abuso sexual contra crianças e adolescentes”. Pazolini afirmou que a proteção à criança e ao adolescente ficou, por muito tempo, esquecida pelo estado, que a deixava apenas a cargo da família, e que agora é preciso que se estabeleça políticas firmes de proteção e de prevenção à criança e ao adolescente, para assegurar os direitos desta clientela e fazer justiça social.
O deputado, que é delegado e atuou na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, afirmou que as ferramentas para garantir estes direitos e proteção à criança passam pela garantia dos recursos na Lei Orçamentária, e para isto chamou a atenção dos vereadores presentes no sentido de que eles garantamos recursos necessários ao andamento dos trabalhos iniciados pelo município. “Segurança Pública não é só questão de polícia, mas da Câmara de Vereadores também, pois temos os maiores índices de violência onde não há a presença do Poder Público. Pois Segurança Pública passa muito mais pela assistência social que pela polícia”, afirmou.
Pazolini chamou a atenção quanto à orientação às famílias sobre as características do agressor. “Geralmente, em mais de 85% dos casos, o abusador está em casa, goza da confiança da família, está em relação de proximidade com a criança”, destacou.
A fala do deputado Pazolini confirma a fala da coordenadora do Creas, Camila Rocha Ataíde, que relatou, entre soluços de choro, ao Tribuna Capixaba, depoimentos de crianças violentadas que afirmam: “o colo do meu pai é o pior lugar do mundo”.
O Espírito Santo, segundo Pazolini, é o Estado com maior número de abusadores presos. São mais de 1.200 estupradores nos presídios capixabas. “Este é o resultado do trabalho que o Estado faz”, disse.
Estiveram presentes ao evento os vereadores Neto Barros, Derval Moreira, Célia e Riva. O delegado de Polícia Leonardo Ávila, representantes do MP e os secretários municipais de Educação, Norma Lúcia; de Assistência Social, Odair Selin; de Comunicação, Marcos Coutinho.
Números da violência em Montanha
O número de casos registrados em Montanha, uma população com menos de 20 mil habitantes, é assustador. São 27 processos na Justiça por abuso sexual, e 19 crianças sendo acompanhadas pelo Creas só em 2019.
O secretário Municipal de Comunicação, Marcos Coutinho, representando a prefeita registrou em sua fala que o município tem se organizado para oferecer assistência e garantir os direitos das crianças e adolescentes através de investimentos em educação, cultura e esporte, e que oferece ainda assistência especial às vítimas de violência através dos equipamentos de acompanhamento, como Cras e Creas.
Sinais da violência
Pazolini indicou como sinais que crianças ou adolescentes violentados dão e que precisam ser observados: mudança no desempenho escolar, automutilação, mudança nos hábitos alimentares (ou come demais ou fica sem comer), aversão ao abusador, declínio na qualidade do sono.
O deputado orientou a prestar atenção em situações onde a criança está bem, seja em casa ou em qualquer outro lugar, e de repente pede para ir embora, diz que não mais quer ficar ali. “A família ou o acompanhante da criança deve prestar atenção, e ficar atenta ao fato que modificou o comportamento da criança. Pode ser que o abusador tenha se adentrado no local, pois a criança violentada cria aversão ao abusador”, disse.
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