Pela passagem do “Dia Internacional da Mulher”, comemorado, internacionalmente, no próximo dia 8 de março, o Tribuna Capixaba publicará personalidades femininas de diferentes épocas e reconhecimento local, regional e nacional que se engajaram na luta por construir uma sociedade mais justa e por garantir o lugar da mulher nesta sociedade.
Iniciamos com o registro de personalidades brasileiras que ganharam notoriedade internacional ao entrarem para a lista das 8 mulheres inspiradoras que entraram para a História, selecionadas pelo Observatório do Terceiro Setor: Dandara, a esposa de Zumbi dos Palmares; a médica psiquiatra brasileira Nise da Silveira; e Zilda Arns Neumann médica pediatra e sanitarista brasileira.
Dandara
Dandara viveu no final do século XVII e se tornou um símbolo por conta da sua resistência ao sistema escravocrata no Brasil. Não se sabe se nasceu no Brasil ou no continente africano, mas viveu desde idade muito tenra no Quilombo dos Palmares. Adulta, casou-se com Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares.
Dandara lutava ativamente nas batalhas geradas por ataques e, além de participar dos embates físicos, ajudava na elaboração de estratégias para a resistência do quilombo.
A morte de Dandara
Em 1678, Ganga-Zumba, primeiro grande chefe do Quilombo dos Palmares e tio de Zumbi, assinou um tratado de paz com o governo de Pernambuco, que previa que as autoridades libertassem palmarinos que haviam sido feitos prisioneiros em um dos confrontos e reconhecesse a liberdade dos nascidos em Palmares; e que em troca, a partir daquele documento, os habitantes do quilombo entregariam os escravos fugitivos que ali buscassem abrigo.
Dandara e Zumbi foram contra o acordo, porque nele não previa o fim da escravidão, apenas a liberdade para uns poucos.
Dandara se suicidou em 6 de fevereiro de 1694, pois preferiu a morte a voltar a ser escrava.
Nise da Silveira
Nise da Silveira é uma contemporânea, viveu no final do Século XX. Sua morte data de 30 de outubro de 1999, com 94 anos. Foi uma médica psiquiatra brasileira que lutou contra as formas agressivas de tratamento psiquiátrico comuns na sua época, como eletrochoques, lobotomia, insulinoterapia e confinamento em hospitais psiquiátricos.
Em 1931, ela se formou na Faculdade de Medicina da Bahia. Foi a única mulher entre os 157 homens daquela turma e se tornou uma das primeiras mulheres a se formarem em Medicina no Brasil.
Em 1944, Nise criou a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR) do Centro Psiquiátrico Pedro II, para que seus pacientes pudessem expressar seus sentimentos e percepções por meio da arte.
Zilda Arns
Zilda Arns Neumann, médica pediatra e sanitarista brasileira, que em 1983, fundou a Pastoral da Criança, um programa de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
A iniciativa começou na pequena cidade de Florestópolis, no Paraná, e tinha como objetivo ajudar famílias pobres e evitar a mortalidade infantil com a disseminação do uso do soro caseiro.
Após 25 anos, o programa alcançou 72% do território brasileiro, além de se expandir em 20 países na América Latina, Ásia e África. Em 2006, Arns foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Em 2002 recebeu o prêmio de “Heroína das Américas” da Organização Pan-Americana de Saúde, e, em 2006, o prêmio espanhol “Prêmio Rei Juan Carlos de direitos humanos”, entregue pelo próprio monarca.
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