Evany Lira
Montanha/ES – O Jacarandá Caviúna (Machaerium scleroxylon), árvore sexagenária, que já fazia parte das lembranças da infância de muitos montanhenses, que sob sua sombra e sobre seus galhos viveram brincadeiras de crianças, passa, a partir desta data, a fazer parte da lembrança de todos, e principalmente de professores e alunos da Apae.
Sarafim Furtado, vizinho da Apae, disse que conheceu o Jacarandá ainda um cipó fino, em 1962, e lamenta o destino da árvore. Disse ter acompanhado as brincadeiras das crianças junto à árvore ainda pequena e que acompanhou seu crescimento. Sarafim lembra que na Praça Osvaldo Lopes tem um exemplar da mesma árvore. “O Jacarandá da Praça Osvaldo Lopes é semente deste da Apae. Manoel Saraiva, antigo funcionário da Prefeitura fez a muda e plantou lá. Quando foi embora de Montanha, em minha presença, pediu a Zeca Borges, para cuidar daquele Jacarandá”, disse.
Segundo o presidente da Apae, João Rodrigues de Souza, a árvore há alguns anos vem despertando atenção e cuidados, tanto por buscas constantes de solução para o problema da “saúde” da árvore, quanto pelos perigos que ela vinha oferecendo. “Galhos secos e podres, que ao despencarem poderia vir a ferir alguém, e principalmente os alunos”, disse João Rodrigues.
O presidente da Apae diz que há aproximadamente três anos, a diretoria da Instituição vem discutindo os riscos oferecidos pela árvore. “Procuramos o Idaf, a Defesa Civil do Município, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Foi realizada vistoria na árvore, e chegaram à conclusão de que era inevitável a derrubada. Então, nosso Jacarandá foi tombado para evitar o risco eminente a que eram expostos todos os trabalhadores, professores e alunos da instituição”, afirma João Rodrigues.
João Rodrigues lamenta o destino do Jacarandá, e diz que de sua madeira nobre, muito pouco será aproveitado, “Perdeu-se todo. O pouco que resta terá o destino decidido pela diretoria. Mas, uma coisa é certa, estará presente e eternizado, enfeitando as paredes da Apae, através das obras de arte que serão produzidas a partir de sua madeira, por alunos e professores da Instituição.
O Jacarandá – madeira nobre e muito valiosa
A árvore, já conhecida pelos índios, popularizou-se com a chegada dos portugueses por conta da sua belíssima madeira perfumada, muito resistente e durável. De coloração marrom-escura com listras pretas, é a madeira mais valiosa do Brasil.
Sua madeira é própria para mobiliário de luxo e instrumentos musicais, especialmente na fabricação de pianos, peças torneadas e outros.
Educação Ambiental
João Rodrigues afirma que, antes do corte, professores e alunos se reuniram próximo à árvore e conversaram sobre a importância de se preservar a natureza, e sobre a necessidade da retirada do Jacarandá.
Rodrigues disse também, que a Apae tem se preocupado com a formação de seus alunos quanto à necessidade de se preservar a natureza. E, que para isto tem desenvolvido também algumas ações como o plantio de árvores na pequena reserva ambiental urbana.
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