Evany Lira
A menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio em São Mateus, no Espírito Santo, passou por procedimento médico e interrompeu a gravidez nesta segunda-feira (17/08), em um hospital em Pernambuco. Em nota, a Secretaria de Saúde do Pernambuco afirmou que o procedimento foi realizado após autorização judicial do Espírito Santo, numa unidade que é referência estadual nesse tipo de procedimento e de acolhimento às vítimas.
A ordem para interromper a gravidez foi do juiz Antônio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do Espírito Santo, atendendo a um pedido do Ministério Público do Estado.
O médico do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), da Universidade de Pernambuco, Olimpio Barbosa de Morais Filho, disse em entrevista ao Jornal A Tribuna, que manter a gravidez na idade da criança teria muito mais riscos de complicações e de morte que em uma mulher adulta. Ele afirmou ainda, na mesma entrevista, que apesar de o processo ser sigiloso, ao chegar ao hospital foi surpreendido com manifestação de mais de 200 pessoas que protestavam na frente da unidade, tentando impedir o aborto da menina de 10 anos, que já estava no quinto mês de gestação.
Olímpio Barbosa afirmou também que a menina afirmava, o tempo todo, que não desejava seguir com a gravidez.
Abuso sexual contra crianças
Ao longo de 2019, segundo o Balanço anual do Disque 100, o Brasil registrou mais de 17 mil denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Desse total, 3.7 – três mil e setecentas crianças estavam na faixa etária dos 8 aos 11 anos. Foram 776 meninos e 2.970 meninas.
Programa de Proteção
A menina violentada pode entrar em programas de proteção, segundo afirmou o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, desde que haja pedido, que pode ser feito pelo Ministério Público.
Nésio Fernandes disse ainda que o Estado oferecerá à menina a possibilidade de ser incluída em alguns programas que o Espírito Santo garante”.
O secretário disse ainda que espera dar às condições psicológicas e humanitárias que a criança necessita e merece, em seu retorno ao Estado.
Fonte: Jornal A Tribuna e G1
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