Ao longo de seus 110 anos de história, os, hoje, institutos federais de educação mantiveram foco na formação qualificada para o trabalho, na inclusão social, no desenvolvimento humano e na intervenção na sociedade.
Desde a criação das antigas Escolas de Aprendizes Artífices, em 23 de setembro de 1909, pelo presidente Nilo Peçanha, a educação profissional e tecnológica continua sendo o objetivo desta instituição. As 19 escolas originais passaram por várias políticas de expansão, e em seus 110 anos atingiram a marca de 643 campus pertencentes a 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e formaram uma rede de impressionante capilaridade que atende a mais de 1 milhão de estudantes e possui cerca de 80 mil servidores, segundo dados do Conif.
Não há dúvidas da importância da atuação dessa imensa rede na transformação do Brasil de 1909, pós-escravocrata e recém-republicano, na nação atual. Na época, mais de dois terços da população, que então contava com 2,3 milhões de pessoas, segundo registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eram totalmente analfabetos. Apenas 3% da população tinha acesso à educação formal – uma mínima parte, 0,1%, à educação profissional. A industrialização engatinhava e formar trabalhadores qualificados era urgente. No Brasil industrializado de hoje, com mais de 200 milhões de habitantes, os analfabetos ainda equivalem a 6,8% da população.
IFES – Campus Vitória também celebra 110 anos
Com história de vida fortemente ligada à do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), o atual reitor da instituição, Jadir José Pela, diz orgulhar-se de seus 45 anos de vínculo com a rede federal. Aluno do curso técnico em Mecânica na antiga Escola Técnica Federal do Espírito Santo entre 1975 e 1977, e depois professor da instituição, Jadir Pela diz que as mudanças de institucionalidade demonstram a capacidade das instituições de educação profissional de se manterem atuais. “Essas mudanças são necessárias porque demonstram que nós somos uma instituição atual. Temos um passado maravilhoso, mas a gente não vive do passado, vive do presente e olha para o futuro. Creio que com 110 anos somos uma instituição atual e relacionada com o mundo onde vivemos”, salienta.
Campus Vitória celebrará a data com apresentações musicais, exposição fotográfica e exibição do Cineclube Tio Anísio. A programação tem início no dia 19, com a realização do 13º Encontro de Corais do Ifes (Encorifes), que acontecerá no Teatro do Campus. Dia 20 com a apresentação do Coral Cameria. Dia 23, com a apresentação conjunta do Coral Cameria e da Orquestra Jovem do Ifes, às 19h, no Teatro do Campus.
Entre os dias 23 a 27, será realizada a exposição fotográfica “110 anos do Campus Vitória”, na Biblioteca.
IFES – Campus Montanha celebra de forma tímida os 110 anos da Instituição
Tendo que fazer ajustes financeiros diante da realidade imposta às instituições federais de ensino superior, o Ifes – Campus Montanha celebra os 110 anos da instituição e seus cinco anos de existência, de forma muito tímida. Direciona a celebração para o que de mais essencial existe para a sua clientela: a vida.

O diretor do Campus, André Sampaio, disse que fazendo alusão ao “Setembro Amarelo”, serão realizadas atividades de conscientização sobre o valor da vida, e de apoio
O diretor do Ifes – Campus Montanha, André Sampaio, disse que a unidade veio para Montanha para trabalhar de acordo com os arranjos locais, com as potencialidades econômicas e sociais do município e região.
Sampaio destacou que o Campus tem hoje 450 alunos e oferece os cursos técnico em Administração, Técnico em Agropecuária e tecnólogo em Gestão Ambiental – curso que faz ligação direta entre administração, agropecuária e Meio Ambiente, com um viés para a produção rural. “Este curso faz com que o profissional de Gestão Ambiental, formado pelo Ifes/Montanha, tenha conhecimento e vivência de nossa prática”, disse.
André Sampaio falou também da interação que o Campus tem com diversas outras áreas e afirmou que o mais importante é a penetração que o Campus tem na sociedade onde está inserido. “Uma penetração silenciosa, mas de grande resultado. Exemplo disso é a conquista da identidade quilombola da comunidade do Barreado, reconhecida através do esforço de nossos professores”. Outros exemplos de inserção na sociedade foram enumerados por Sampaio, como os eventos de celebração do Dia do Produtor Rural, com oficinas e palestras sobre gerenciamento da propriedade rural e o Dia do Empreendedor com palestras e cursos atinentes à área. “O Ifes trabalha com todos os públicos, sem contar com nossos alunos, que passam três anos estudando e adquirem uma relação estrondosa de conhecimento. Hoje, mais de 90% de nossos alunos formados vão para as universidades e os demais estão empregados no mercado da região”, disse.
Sampaio disse também que este sucesso alcançado pelos alunos Ifes tem relação direta com a formação que recebem. “Formação técnica e cidadã”, destacou. Esta formação, segundo Sampaio é desenvolvida no Brasil inteiro.
Sobre o volume de recursos investidos, André Sampaio lembra que só em obras foram investidos aproximadamente 20 milhões de reais nestes cinco anos. E que isto é algo a comemorar. Ele finaliza dizendo que, apesar das dificuldades, o Campus entregará à sociedade, com previsão para o mês de novembro, a primeira etapa do Ginásio de Esportes – obra de quase 1.4 milhão de reais. “Um esforço muito grande, nesta fase de recursos minguados que estamos”, finaliza André Sampaio.
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